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Entendendo a Síndrome do Pânico


“De repente, entrei dentro do ônibus, não conseguia respirar, um medo intenso e avassalador foi tomando conta de mim, meu coração acelerou de tal forma que pensei que ia perder o controle e estaria infartando. Comecei a ficar com um pavor daquele estado, meus olhos embaçaram, e fui ficando tonta, comecei a transpirar. A quantidade de pessoas, as vozes, o barulho, me faziam sentir mais ansiosa e temer a perda de controle. Meu pensamento era que precisava sair dali. Foi quando saí do ônibus e fui correndo para casa. Foi horrível. Uma sensação que nunca tinha me visto antes.”

Você pode imaginar o que é sentir isso?

Frente a este relato, é possível identificar o grau de sofrimento e impotência que está pessoa sentiu ao passar por isso. A pessoa sente algo estranho e inexplicável em seu corpo porém os exames clínicos não detectam nada de anormal.

Nas crises de pânico o corpo reage como se estivesse frente a um perigo, porém não há nada visível que possa justificar a reação. A pessoa reage com ansiedade frente às sensações de seu próprio corpo, há um estranhamento e esse grande susto em relação ao que é sentido. Num ataque de pânico o perigo vem de dentro.

Quando nos deparamos com uma situação de perigo extremo, um sequestro, roubo, incêndio, por exemplo, a ansiedade, o medo e o pânico dispara um gatilho de perigo dado pelo nosso cérebro nos informando que estamos diante de uma ameaça iminente e com isso nos preparamos para tomar uma decisão: lutar ou fugir. Com isso começamos muitas vezes a suar, ter calafrios, falta de ar devido nossos batimentos cardíacos acelerarem, tonturas, medo de morrer dentre outros.

Mas e quando você se dá conta que esses sintomas acontecem sem motivo aparente e nenhum perigo real existente? E quando você percebe que isto está trazendo prejuízo para seu trabalho, sua vida pessoal...? O que realmente é isso? Onde buscar ajuda?

O transtorno do pânico é um transtorno de ansiedade que se caracteriza pela presença de ataques de pânico recorrentes. Um ataque de pânico é um período de intensa ansiedade e medo que pode durar de 5 a 20 minutos. Durante esse período uma pessoa pode ter sintomas como taquicardia, tremores, formigamentos, dormências, suor, calafrios, falta de ar, tontura, sensação de irrealidade, medo de perder o controle, medo de morrer ou de enlouquecer.

Qualquer pessoa pode sofrer um ataque de pânico durante a vida, mas para que alguém seja diagnosticado com transtorno do pânico é preciso que esses ataques sejam frequentes e acompanhados de um medo intenso de um próximo ataque.

O primeiro ataque de pânico é sempre inesperado e é muito comum que as pessoas que sofrem, procurem atendimento médico acreditando que estão sofrendo um infarto. Só quando constatam que não há problema físico que explique o ataque é que essas pessoas buscam um psiquiatra ou psicólogo para tratamento adequado.

Pessoas que sofrem de transtorno do pânico vivenciam o que é chamado de “medo do medo”, elas estão sempre com medo de que um novo ataque se repita. Este medo exagerado mantém essas pessoas em constante estado de vigilância e qualquer alteração corporal percebida é interpretada como o inicio de um novo ataque. Devido ao descontrole emocional e a uma série de pensamentos catastróficos sobre suas sensações a ansiedade aumenta até ao nível de um ataque de pânico.

O transtorno do pânico pode comprometer de muitas formas a qualidade de vida. Muitas pessoas evitam os lugares onde já tiveram uma crise pelo medo de sofrerem novamente. Aos poucos essas pessoas deixam de trabalhar, evitam sair de casa, abrem mão de viajar ou fazer atividades que acham prazerosas.

Embora o pânico surja de forma inesperada e sem motivos aparentes sabe-se que circunstâncias estressantes estão relacionadas com o surgimento do primeiro ataque. O longo período de tempo que pode existir entre um episódio estressante e um ataque acaba dando uma falsa ideia de que não há relação entre os fatos, mas o fato é que o organismo humano suporta por um tempo os desgastes emocionais até perder o seu equilíbrio. Além de fatores ambientais, os fatores genéticos e biológicos também estão na origem do pânico.

Frente a tudo isso, o mais apropriado é buscar tratamento psicológico e psiquiátrico adequado e eficaz, afim de reduzir os sintomas e promover qualidade de vida! Não abra mão de seu bem estar. Procure ajuda profissional.

Cuide-se!

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